Colunista
Armando de Souza Santana Junior

14.09.12
Crepes, uma paixão em Paris

Falar de Paris pode até parecer plágio tal a quantidade de frases e ensaios que existem na literatura, na internet, na vida. Mas como deixar de falar sobre os grandes amores e paixões que passaram por essa cidade de tanta magia? Pois é, afinal de tanto pesquisar sobre o assunto findei descobrindo que Abelard e Eloise, após seus idílios, costumavam comer crepes às escondidas nas ruas da Paris medieval. Como? Perguntarão alguns.

Respondo: bem que poderia ser verdade, pois essa iguaria bretã, dizem alguns estudiosos, já estava na mesa do francês desde o século V. Lendas, pois a origem dos crespos que é o significado de crepes - resultado do contato da massa com a chapa quente - possui outras versões. Doce ou salgado, quem ama é quem decide, tanto faz.

Mas verdade mesmo é que me apaixonei pelos crepes franceses desde a primeira vez que coloquei os pés em Paris e para completar pelo mais simples deles, o beurre et sucre. Quem vai entender o amor? Assim é que passei a reparar nas creperias parisienses, nos quiosques e nos carrinhos que proliferam pelas ruas da cidade e observei que um grande boulevard ou uma rue só possui personalidade quando traz consigo essa pequena ilha de prazer seja na forma que for. Em 2011, hospedado no 15º Arrondissement em Montparnasse observei que o boulevard do mesmo nome é um dos que mais possui quiosques e carrinhos dessa verdadeira instituição francesa. Quer saber mais? Percorrendo à noite pelas ruas desse bairro repleto de histórias da chamada Geração Perdida, descobri finalmente o paraíso dos crepes em Paris: a Rue du Montparnasse entre o Boulevard e a Rue Edgar Quinet. Ali quase todos os restaurantes são creperias. Lembrei então do filme de Jacques Becker, Os Amantes de Montparnasse, de 1958, que contava sobre uma paixão proibida de Amedeo Modigliani e que se passava nesse romântico bairro. Naquele exato momento me apaixonei de novo e enxugando discretamente uma lágrima inconveniente, fui embora com uma saudade perturbadora. A bientot ma Paris.










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