Colunista
Claudia Wasilewski

07.01.15
Que calorão

Calor  de verão ou calorão do climatério? Que problema.

Sim! Estou rumando para isso. Não sei como funcionou com as mulheres da família de meu pai. Mas com minha mãe foi bem engraçado. Tomava bolinhas de homeopatia do Dr. Humphreys. De hora em hora, o dia todo, o tempo todo. Montanhas delas. Eram frascos espalhados pela casa, carro, bolsos... Andava pelas ruas com eles nas mãos. Confesso que experimentei e eram doces. E ela morre de orgulho em dizer que nunca teve um calorão. Santa homeopatia, Batman!

Espero continuar como estou. Não sinto nada de diferente. A brabeza continua a mesma. Minha prima Evani define o climatério como uma TPM constante. A minha insônia continua igual desde que me conheço por gente. Emagreci e continuo magra. Sem outros sintomas que não vêm ao caso, juro. Mas minha ginecologista Viviane Prochmann fez meu mundo cair. Explicou que ainda nos dois próximos anos todo o tormento pode aparecer. Fingi que não ouvi. E é certo que quando a menopausa chegar vai ter festa, brinde e um breve discurso pela minha liberdade das malditas cólicas.

Pronto! Já imagino minhas amigas lendo e construindo uma cara de reprovação para a crônica. Para que essa guria resolveu escrever sobre calorão? Tinha que ser ela.

No começo de dezembro de 2014 encontrei muitas delas. Ao mesmo tempo. Todas lindas. Mulheres inteligentes e bem resolvidas. E o assunto era hormonal. Um leque rodava de mão em mão. Conversei com duas sobre a minha falta de sintomas. Me achei estranha. E é óbvio que não foi a primeira vez que me senti assim. Superestranha. Sentei sozinha e a voz da Viviane ecoava na minha cabeça. Dois anos... Dois anos. Que medo! Será que ainda existem as bolinhas da minha mãe?

Tudo tem seu lado bom. Viajei com uma amiga/irmã para passar um dia na praia. Saímos daqui com um dia lindo. Passando a Serra do Mar chovia em forma de rolo. Claro que eu não levei o traste do casaquinho que nenhum bom curitibano esquece. Pois bem, durante o dia não ouve problema nenhum. Ficamos para o jantar e daí sim o bicho pegou. O restaurante é uma filial do paraíso na terra. Só que a maluca aqui estava roxa de frio. E pela primeira vez constatei a parte boa do climatério. Ela tirava o casaco e se abanava. Eu vestia o casaco muito faceira. De repente ela começava a “normalizar” e pedia o casaco. Achei o máximo. Nunca tinha imaginado socializar um casaquinho. Fiquei quieta até agora e morro de vontade de contar quem ela é. Vou calar porque certamente vem chumbo dando o nome ou não.

Preciso de pensamentos positivos por mais dois anos. Já pensaram do que sou capaz de fazer com um aval hormonal? Acho que o climatério até poderia ser atenuante de crime. Opa! Colocaria para rodar minha black list. Gritaria aos quatro ventos: “Mundo, me erre”. Destruiria o celular e talvez esfolasse alguém no asfalto. Melhor não, né? Deixem para lá. Só quero leques lindos. Fica de bom tamanho.

Fui!

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