Cultura
03.09.2015
03.09.2015
03.09.2015
03.09.2015
03.09.2015
07.03.13
Do Gato Preto ao Guairão
por Felipe Kryminice

Para todos os gostos e públicos, programação da 22ª edição do Festival de Teatro de Curitiba reúne mais de 400 espetáculos, em diversos espaços da capital.

Divulgação
Divulgação
Divulgação

No próximo dia 26 de março, começa o Festival de Teatro de Curitiba de 2013. A mostra principal reúne 32 espetáculos. Entre eles, 8 estreias nacionais. Até o Bar Gato Preto vira palco no Fringe, mostra paralela e democrática, que conta com mais de 300 espetáculos. As apresentações dos melhores comediantes do País no Risorama, a programação infantil do Guritiba e produções internacionais são algumas das outras atrações do festival, que vai até o dia 7 de abril.

A programação do consolidado festival – considerado o evento mais importante do gênero no País – procura encontrar uma combinação entre as artes cênicas e o entretenimento. É a oportunidade de artistas de todo Brasil, e até de outros países, alcançarem uma repercussão nacional para suas criações.

Segundo Leandro Knopfholz, diretor do Festival de Teatro de Curitiba, a intenção da organização é mesclar apresentações de atores consagrados com novos nomes da produção cênica, que procuram espaço e afirmação. De modo que este equilíbrio permita uma programação ampla e abrangente, com nomes de prestígio e artistas menos badalados, apresentando o que há de melhor na produção teatral do País.

Tal pluralidade acaba atingindo um público tão democrático quanto a programação do evento. Para o diretor, o festival é para todos os públicos: “São diversas linguagens e propostas. As peças acontecem nos mais variados locais. Os preços também variam. A programação não é focada nesse ou naquele público, escolhemos atrações em que as pessoas possam se encontrar e dialogar com elas”, explica Knopfholz, que garante que a edição de 2013 terá o que sempre teve: tendências, ideias, novas possibilidades e um repertório sempre diferente.

Entre os destaques da programação aparecem peças com forte relação com a música, como Gonzagão - A Lenda. Espetáculos de atores de renome também têm despertado o interesse do público e movimentado as bilheterias. A Arte e a maneira de abordar o seu chefe para pedir um aumento, com Marco Nanini, Em nome do jogo, com Marcos Caruso, e Esta criança, com Renata Sorrah, estão entre os mais concorridos. No Fringe, uma das novidades é uma mostra baiana, com a curadoria de Wagner Moura.

 

Um festival para Curitiba

A história de mais de duas décadas do festival fez com que ele virasse sinônimo de Curitiba. Edson Bueno, dramaturgo paranaense, considera que o evento é interessante para a cidade por permitir ao público local o contato com todo tipo de linguagem e manifestação teatral. “O festival apresenta ao espectador o que há de melhor e pior. A linguagem mais outsider e a mais clássica. O drama e a comédia. O contemporâneo e o antigo. Tal diversidade de linguagem dá ao público uma dimensão do teatro que é feito no Brasil e na própria Curitiba”, diz Bueno.

Para o diretor do Festival, a intenção do projeto era – e ainda é – celebrar a cidade de Curitiba. Knopfholz ainda conta que o calendário do evento é pensado de modo que coincida com o aniversário da capital.

Por que o festival deu tão certo em Curitiba? “Não faço a menor ideia!”, diz Bueno. Mas se alguém quiser contrariar o dramaturgo e arriscar algum palpite, certamente o primeiro passo é assistir algumas das mais de 400 atrações do Festival deste ano.

 

 

ENTREVISTA DIOGO PORTUGAL

 

O curador do riso

Diogo Portugal, comediante, curador do Risorama e curitibano, fala sobre as apresentações de comédia no Festival de Curitiba, considerado uma colônia de férias para os humoristas

 

Como foi pensada a programação do Risorama deste ano? Pode-se dizer que o projeto tem relação com a ideia de promover o stand-up?

O objetivo do Risorama sempre foi trazer humor da melhor qualidade. O stand-up foi acontecer somente cinco anos depois. Eu colaborei muito para que isto acontecesse, mas ser um festival de stand-up nunca foi o foco do Risorama. Se for engraçado, com certeza terá a atenção do festival. Meu trabalho tem sido muito parecido com o de olheiro de futebol em busca de novos talentos.

 

Falando na seleção, qual o critério para a escolha dos convidados?

Por conta da gigantesca oferta do mercado de novos comediantes, a seleção é uma tarefa muito mais difícil hoje do que há 10 anos, quando começamos. Porém o meu critério parte deste princípio: “Precisa ser engraçado”. Dentro deste contexto, preciso trazer novas caras do humor que estão se destacando, mas que ainda não são conhecidas do grande público.

O Risorama apresentou comediantes ao público de Curitiba que se tornaram grandes nomes, como Marcelo Medici, Danilo Gentili, Rafinha Bastos, Marcelo Adnet, Dani Calabresa, Graziela Moretto e Fábio Porchat. E ainda vai apresentar grandes nomes que serão, no futuro, a cara do humor brasileiro. Mas também preciso trazer comediantes consagrados, que, além de atrair o público, dão peso para o festival. Também sou muito fiel aos meus colegas que me ajudaram a fazer o projeto ser o que é. Estes sempre terão vaga garantida no nosso line-up.

 

O público da mostra é o mesmo que já conhece e prestigia as apresentações de comédia ou costuma ser um público diferente?

Os dois. Sempre tem o público que vai pela primeira vez, e a maioria que já foi, volta. O evento só acontece uma vez por ano, nunca vai ser exatamente o mesmo show. A plateia pode optar pelo dia de acordo com a grade dos comediantes, mas isto não quer dizer que um dia seja melhor do que o outro por conta do line-up.

Aliás, o que mais se pode chamar de justiça, na área da comédia, é dar a oportunidade para anônimos fazerem estrondoso sucesso e mostrar seu talento dividindo o mesmo palco de um comediante veterano que já é do gosto popular.

 

O que diferencia as apresentações do Risorama dos shows de stand-up que já circulam pelas cidades do Brasil?

Eu acredito que seja um dos eventos com mais essência na área do humor que eu já vi. Foi o precursor dos festivais de humor e hoje, mesmo com outros festivais acontecendo, posso dizer que o Risorama tem uma combinação única, desde o primeiro ano: a amizade. O coleguismo entre os comediantes conta muito. A plateia saca que eles estão se divertindo ali. A humorista Dani Calabresa costuma dizer que o Risorama é a colônia de férias dos humoristas. Nany People, como MC, faz toda a diferença.

Também conta o fato do Risorama não ser apenas uma mostra de stand-up comedy. Temos números de comédia de todos os gêneros e estilos, inclusive o stand-up. Este ano, por exemplo, além de comediantes que fazem personagem, teremos o Kazu, um palhaço que fez um sucesso estrondoso no Cirque du Soleil. Também teremos o Cláudio Carneiro do programa SNL, que fará um quadro de humor hilário sem nenhuma fala. Tudo isso realizado num grande bar cenográfico, onde, ao invés de cadeiras convencionais, o público ocupa mesas e pode comer e pedir uma cerveja enquanto assiste ao show. Isto é a essência do Risorama: a descontração começa no próprio ambiente nada formal.


Tags:



TAMBÉM NOS ENCONTRAMOS AQUI: