Política
03.09.2015
03.09.2015
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03.09.2015
03.09.2015
12.02.14
A eleição já começou?
por Dédallo Neves

Enquanto Gleisi e Beto buscam culpados para o repasse, Requião busca aliados no PMDB

Foto: Divulgação

Parece que no Paraná sim. Gleisi Hoffmann e Beto Richa já trocam alfinetadas, já dão seus discursos com segundas intenções, a querer mostrar ao eleitor quem se faz mais competente para assumir o estado. E Roberto Requião, macaco velho, incendeia a briga e vem chegando pelas beiradas tentando convencer colegas de partido.

Desde o dia 1º os dois pré-candidatos quando têm oportunidade de se provocarem não desperdiçam. Dois eventos aconteceram sábado, dia 1º de fevereiro – um em Quarto Centenário, outro em Umuarama – na primeira cidade foi um encontro com agricultores e aparentemente governo federal e estadual se encontravam em climas amistosos, com a então ministra da Casa Civil de chapéu e a jogar grãos pelos campos. De acordo com o protocolo Gleisi discursou antes que Beto, sem muitos adendos. Porém, Beto ao encerrar seu discurso levantou a questão dos repasses e fez suas considerações.

Gleisi como busca o cargo de chefe do executivo, em Umuarama, manobrou o protocolo de ordem de discursos e falou por último. Dessa vez Beto Richa foi cauteloso e ameno. Elogiou o programa Minha Casa, Minha Vida (chamado por Jaime Lerner de Minha Casa, meu fim de mundo, bem claro o porquê), chegando a dizer que: “o programa é um sucesso e atende a demanda por casas no Brasil todo”. Quando a petista foi discursar respondeu as críticas de Richa sobre os repasses: “[o governo federal] só não repassa mais recursos porque o estado não presta contas adequadamente e enfrenta até ação no ministério público”. Além da resposta, acrescentou a dizer sobre a rodovia que liga Maringá e Iporã, a PR-323, criticou o alto custo do pedágio e disse que: “é preciso ter compromisso com a verdade, governador”. Beto Richa não pôde responder, apenas disse aos jornalistas presentes que o Paraná é discriminado pelo governo federal.

Porém, o pré-candidato tucano foi rápido, tão rápido que quase fez parecer debate em tempo de eleição. Na segunda-feira seguinte, dois dias depois, em coletiva à imprensa, em Cascavel, onde acontecia o Show Rural Coopavel, evento tecnológico de agronegócio, Beto Richa se queixou da mudança de ordem das falas e disse que: “Ela falou por último. Não tive condições de responder às críticas pesadas, extremamente agressivas”. Sobre o valor do pedágio Richa salientou os 20% de impostos federais. No mesmo evento, só que na quinta-feira, 6, Gleisi mandou a tréplica, a senadora foi à Cascavel para entregar máquinas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), para mais de 50 municípios e negou que foi boicotado ao Paraná os mais de R$ 800 milhões  pelo programa Proinveste – que faz os repasses do governo federal aos estaduais – por motivações políticas, tomando como exemplos os estados de São Paulo e Minas Gerais, cujos governos são oposições ao PT; e ainda disse que acha “lamentável um estado como o Paraná figurar nas páginas de jornais nacionais como um estado caloteiro”.

Enquanto os dois rebatiam em eventos as críticas, alfinetadas e considerações, Roberto Requião via Twitter, vídeos e declarações na imprensa, falava o que achava de ambos. O peemedebista chegou a dizer que se não sair candidato Gleisi perde, embora acredite que Beto Richa não tem mais motivo para continuar como governador e que seu ciclo já se encerrou. Requião não é tão diplomático como os dois pré-candidatos e as alfinetadas de Requião não são com alfinetes, bem objetivo o senador falou em entrevista à Banda B: “O Beto está liquidado eleitoralmente. Não é possível que o Paraná vote num governo paralisado, incompetente, incapaz, enquanto vemos o governador correndo de Ferrari em Londrina e andando de motocicleta em Curitiba bebendo chope nos bares”. Sobre Gleisi, também disse “não dá para criticar o que nem existe”. O PMDB ainda está dividido sobre Requião, há quem queira apoiar Beto, porém, de acordo com o próprio Requião, não é a maioria, mas não é o que diz o presidente estadual do partido, Osmar Serraglio.

Desde 31 de janeiro Roberto Requião está com o pé na estrada e há de ficar até 4 de abril, a passar por pelo menos 20 munícipios, o intuito é convencer seu partido a lançar sua candidatura.

Murilo Hidalgo da Paraná Pesquisa, falou à IDEIAS sobre o cenário político pré-eleições. De acordo com ele, Gleisi está a fazer esse barulho para polarizar a disputa com Beto Richa e neutralizar Roberto Requião, uma vez que se o peemedebista sair candidato a possibilidade de ter segundo turno é grande, tornando a disputa para a ex-ministra da Casa Civil mais complicada. Porém, especialistas afirmam que é importante a candidatura da petista para estar exposta na vitrine política. Se Gleisi não saísse candidata e tentasse a eleição em 2018, sem a possibilidade de reeleição para Beto Richa, é provável que o cenário político apresentasse outros nomes mais vivos e presentes na política local. Além do mais, se Gleisi Hoffmann não se eleger, ainda terá mais quatro anos como senadora. Ainda de acordo com cientistas políticos, as possibilidades de reeleição são maiores. Mesmo que o governo de Beto Richa não tenha agradado uma parcela da classe média, as coligações do PSDB tornam-se favoráveis no interior e na região metropolitana de Curitiba. Murilo Hidalgo também afirmou que esse debate sobre o repasse da Proinveste é desgastante para a petista e para o tucano, pois em tempos de eleições o dedo acusador não conquista o eleitorado, as pessoas buscam soluções, solucionadores e não culpados. Sobre Requião e o PMDB , Hidalgo conclui a dizer que se o partido não lançar candidato próprio, há grandes chances do apoio a Beto Richa.


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