Política
03.09.2015
03.09.2015
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03.09.2015
03.09.2015
04.05.15
A era Vargas
por Heloísa Vera
André Vargas - Foto: José Cruz/Agência Brasil
Ricardo Hoffmann - Foto: Reprodução/site veja.abril.com.br
Gleisi Hoffmann - Foto: Antonio Cruz/ABr
Luiz Argôlo - Foto: Gustavo Lima/Câmara dos Deputados
Pedro Corrêa - Foto: Celso Junior/AE
Tadeu Veneri - Foto: Reprodução/site tadeuveneri.com.br
Elton Welter - Foto: Reprodução/site casadenoticias.com.br
Roberto Requião - Foto: Moreira Mariz/Agência Senado

Ora, pois, temos a nossa era Vargas. Não a de Getúlio Vargas, ditador que dominou o país de 1930 a 1945 e voltou ao poder pelo voto no início dos 50 e só saiu pelo suicídio em 1954. Homem que mudou o país, para o bem e para o mal. Nosso Vargas não tem esse quilate. É mais prosaico. André Vargas é político que começou na Arena e terminou no PT e agora se torna célebre como figura central de novo veio da corrupção apurada pela Operação Lava Jato.

Houve frouxos intestinais em arraiais do PT. Quando os políticos em geral, e alguns em particular, pensavam que haviam sido deixados em paz, uma nova fase da Operação Lava Jato resultou na prisão de sete pessoas, entre elas três ex-deputados: Luiz Argôlo (SDD-BA), Pedro Corrêa (PP-PE) e André Vargas (ex-PT, hoje sem partido).

A figura central nesta nova onda de prisões é o ex-deputado paranaense André Vargas, eleito pelo PT. Mas quem ocupou bom espaço do noticiário foi o seu cúmplice, o publicitário Ricardo Hoffmann, conhecido operador do PT e homem de confiança de Vargas.

Se antes as investigações da Operação Lava Jato apuravam irregularidades nos negócios da Petrobras com empreiteiras, agora o alvo são contratos com agências de publicidade suspeitas de lavar dinheiro. O esquema do ex-deputado petista nas verbas de publicidade lembra o escândalo do Mensalão, quando mais de 70 milhões de reais saíram do Banco do Brasil para a agência do operador Marcos Valério.

Na Operação Lava Jato, descobriu-se que Hoffmann, ex-marqueteiro do senador Roberto Requião (PMDB), utilizava a subcontratação de outras empresas, como produtoras de vídeo, para produzir peças publicitárias para a Caixa Econômica Federal e o Ministério da Saúde – mas providenciava, em pedidos atendidos pelas empresas terceirizadas, que cerca de 10% de cada contrato da Lowe Borghi com a subcontratada fossem depositados nas empresas Limiar e LSI, de Milton e Leon Vargas.

São fraudes que vão além da Petrobras. Existem indícios de irregularidades em contratos publicitários da Caixa Econômica Federal (CEF) e do Ministério da Saúde. De acordo com a Polícia Federal, a agência dirigida por Ricardo Hoffmann – um dos presos desta nova fase –, fazia subcontratações de empresas fornecedoras de materiais publicitários. Essas empresas, porém, eram de fachada e tinham como sócios André e seu irmão, Leon Vargas. Como não havia prestação de serviço, estas contratações eram realizadas apenas para a lavagem de dinheiro. As irregularidades teriam começado entre 2010 e 2011 e se estenderam até 2014.

 

Hoffmannduto funcionou

A operação espalhou uma onda de pânico no Paraná. Há razões de sobra para isso. Todo o PT nativo parece contaminado pelo seu esquema. Vargas foi coordenador de campanhas de Gleisi Hoffmann (PT), ex-chefe da Casa Civil de Dilma, que está na lista de Janot enviada ao Supremo. Ela também foi processada pela prática de caixa dois na década de 90, junto com o marido e ex-ministro Paulo Bernardo. Na Boca Maldita de Curitiba, as apostas são terroríficas para os petistas. Se Vargas abre a boca, a casa cai. Hoffmann trabalhou em campanhas do senador Roberto Requião (PMDB) e conhece sua vida a fundo.

Na verdade, a prisão de Ricardo Hoffmann, o auxiliar de Vargas, abre outra caixa de pandora da corrupção petista, conhecida desde os tempos do Valerioduto: a publicidade. Para que não haja equívoco, é bom dizer que consta que Ricardo Hoffmann não é parente de Gleisi Hoffmann, a senadora do PT que teve os préstimos de Ricardo em suas campanhas. Há controvérsias. Seriam parentes de grau distante, mas sempre parentes e neste caso pessoas próximas.

O jornalista Fernando Tupan diz que André Vargas (PT), que renunciou à vice-presidência da Câmara Federal depois que se tornaram públicas suas ligações com o doleiro Alberto Youssef, com quem teria mantido tenebrosas transações, financiou toda a bancada estadual do PT no Paraná, inclusive o presidente do partido no Estado, deputado Enio Verri, que recebeu R$ 74.386,00.

 

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