Colunista
Marisa Villela

08.04.13
Um drink antes...

 

Tive a felicidade de ganhar um conjunto de porta-copos antigo, estampados com desenhos eróticos gregos. As cenas mostram participantes como sujeitos do amor, exercendo plenamente seus papéis de amantes e amados. Carinho, desejo e coito explícito é o quanto basta para qualquer vivente.

E se a prática da união carnal é milenar, a bebida vem logo em seguida como coadjuvante do amor. Quer coisa melhor do que uma bebidinha antes do sexo para florescer todas as volúpias? E aí entra a grande utilidade do porta-copos. Nada mais constrangedor do que querer abusar das preliminares e ter um copo para segurar. Ao depositar a taça fria e suada no devido lugar, suas mãos estarão livres para passear e se divertir.

Estes porta-copos gregos me sugerem outra situação: convidar alguns homens e mulheres para um drink e que cada um escolha a figura que mais lhe apetece para dar continuidade ao encontro. É uma forma sutil de expor as preferências amorosas e facilitará o entendimento entre todos. Não é interessante? Ainda mais que os meus graciosos porta-copos mostram posturas exequíveis a qualquer corpo, idade e disposição.

Mas não só se vive de suportes e copos. É preciso escolher a bebida que mais estimulará os integrantes desse inusitado petit comitée. Há uma estatística que diz que para se levar uma mulher à cama, a tequila (91%) e a vodca (79%) são mais eficientes. Em terceiro lugar vem o uísque (68%). No entanto, o vinho, néctar dos deuses e tão frequente nas cenas românticas, diz a tal estatística, só exerce 9% de influência ao par sexual.

Há também as tais bebidas afrodisíacas como o absinto, que causou furor aos artistas e intelectuais parisienses do século XIX, ou coquetéis com abacate, que os astecas chamavam de “árvore dos testículos”. Receitas para estimular a libido não faltam. Tem até um tal de “Spanish Fly”, elaborado com líquido sexual de besouro, que promete maravilhas de até cinco horas de sexo ininterrupto. Diz que faz tudo pulsar e as partes íntimas esquentam a cada gole da bebida. É vendido nas melhores casas do ramo. A conferir.

Se os pares forem saudosistas e românticos, podem copiar algum drink perenizado pelo cinema. Dry Martini, “batido, não mexido” como bebericava James Bond naquela taça sensual, ou o French 75 do filme Casablanca, com gim, suco de limão, champanhe e açúcar, que Yvonne partilhava com seu namorado nazista, ou ainda o Whisky Sour, do clássico O Pecado Mora ao Lado, que o personagem de Tom Ewell costumava tomar no café da manhã.

Não importa o conteúdo do copo. Nem o copo. Até os meus porta-copos gregos não precisam estar presentes no momento. O segredo é obter o clima de sensualidade que torna tudo mais fácil e mais saboroso na vida, seja no bar, seja na cama. Mas eu gosto mesmo é da receita da eterna e linda Marilyn Monroe: “um drink antes, um cigarro depois – e um colar de pérolas durante”. É o máximo!

 

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